PERGUNTA A ...
 
 
     
Hugo Soares
 
Sofia Sousa
Como Presidente da JSD o que falta ou deve ser feito para cativar jovens para a política? Como vê os conflitos na Síria?
Olá, Sofia. Eu não acho que os jovens estejam afastados da política. Eles estão é afastados dos políticos porque estão fartos de promessas que nunca se cumprem e de sacrifícios que nunca valem a pena. Julgo absolutamente essencial que façamos da vida política e pública um exemplo. Se soubermos liderar pelo exemplo, sendo pessoas normais, mas com uma atitude diferente vamos cada vez mais trazer gente - como nós -a acreditar nos políticos.
Rodrigo Amaro
Hugo, como actual presidente da maior estrutura de juventude partidária em Portugal, qual é que achas que poderá ser o melhor contributo da população mais jovem ao nível da causa publica nestes próximos anos que se perspectivam a continuar complicados para as novas gerações?
Olá, Rodrigo! Participar. Participar é a resposta. Seja nas redes sociais, seja em casa ou nas Universidades, seja em juventudes partidárias os jovens têm mesmo que ser os protagonistas das mudanças que o País precisa.
Ricardo Carlos
Qual é a real importância da JSD para a politica activa em Portugal? As pessoas que saiem da JSD bem preparadas para a politica activa?
Olá, Ricardo. Os jovens que saiam da JSD são como os outros jovens, como uma ligeira diferença: durante anos da sua vida quiseram dedicar tempo aos outros e à comunidade. Por essa razão têm uma experiência e uma vivência (participação, comunicação, à vontade, capacidade de dedicação, proximidade com os outros...) que os preparam não só para a política activa como também para a sua vida.
Miguel Mendes
Como analisas a emigração da mais qualificada geração de jovens portugueses: uma consequência de crise vivia em Portugal ou uma consequência da integração europeia e mundial?
Olá, Miguel. Julgo que a resposta certa é um "mix" das tuas duas alternativas. Por um lado, assistimos em Portugal a uma emigração que tem que ver com o procurar de oportunidades que aqui não encontraram. Negá-lo é não perceber o País real. Mas não é menos verdade, e ainda bem que assim é, que num mundo cada vez mais pequeno como é este do nosso tempo, há cada vez mais jovens que sentem o desejo e o estímulo de se realizarem além fronteiras e procurem novas experiências e outras aquisições. E aqui - neste particular - é verdade que a maior integração europeia facilita essa vontade "aventureira" dos jovens.
Marisa Rito
Sendo o teu último ano na Universidade de Verão, enquanto Presidente da JSD, qual o balanço que fazes?
Olá, Marisa. É cedo para balanços. E a avaliação deve ser feita por vós! Ainda assim quero-te dizer que esta foi e está a ser uma experiência fantástica e foi sobretudo uma enorme honra!
Luís Girão
Entendo que a forma de estar na política é característica de cada pessoa e resulta de uma receita própria onde se cozinham vários ingredientes. Nesse sentido, peço que indiques, justificando, quais são atualmente as tuas fontes de inspiração (dentro e/ou fora da política)?
Olá, Luís. Olha, desde logo a minha família. Foram os meus pais - e em justa medida os nossos professores e amigos - que me transmitiram os valores que constituem o quadro axiológico em faço questão de me mover. Depois as referências pontuais: Homens de referencia na atitude, no comportamento ou na forma que nos cativam e motivam a seguir. Se me pedires nomes eu respondo-te com um conjunto de ingredientes como tu disseste e bem: Sá Carneiro como inspirador, Fernando Nogueira no carácter, Santana Lopes na forma, Passos Coelho na dimensão única de Estadista.
Luis Laranjo Matias
Sendo Sr. Deputado um jovem, líder da JSD e Deputado à Assembleia da República, como vê as actuações usuais da sociedade e da imprensa de se ser supostamente boy? Considera que é difícil ter carreira política sem ter de lidar sem ter de lidar com este tipo de acusações e difamações?
Olá, Luís. Não é de facto fácil lidar com esse tipo de comentário que é manifestamente infundado. A melhor forma de contrapor essa ideia é, como eu costumo dizer, "pelo exemplo". Sermos diferentes, darmos primazia à nossa vida profissional, académica e até pessoal. Dou-te o meu modesto exemplo: quando fui para o Parlamento já tinha terminado a minha licenciatura, tinha uma pós-graduação e já era advogado com escritório meu. É muito importante mantermos a independência face ao exercício dos mandatos políticos que são e devem ser passageiros.
Luis Serras de Sousa
Hugo, qual foi a maior conquista da JSD no teu mandato e a título pessoal, a que te deu mais gozo enquanto presidente?
Olá, Luís. É difícil responder... Foram várias. Não nego que me deu imenso gozo apresentar ao partido uma proposta de revisão constitucional. Ou, por exemplo, em sede de AR termos encontrado soluções para combater a os falsos recibos verdes ou legislado sobre as smartshops. Foi muito importante também a luta que fizemos pela participação de todos na discussão de adopção e co-adopção propondo, contra quase tudo e quase todos um referende nacional. Ou ainda a grande conquista que foi para os estudantes portugueses terem visto alterado o regulamento de bolsas de acção social e retirado dos critérios para a sua atribuição as dívidas dos agregados familiares. Enfim, muitas lutas, umas ganhas ou outras não, mas nunca perdemos quando fazemos com convicção!
Gormicho Duarte
Que mudanças trará a nova geração de políticos, da qual tu fazes parte, à politica nacional e internacional?
Olá, Gormicho! Espero que muitas! A política precisa de novos protagonistas, mas sobretudo uma nova atitude. Uma nova forma de estar. De transparência, de simplicidade, mas sobretudo de proximidade. É do "mix" destas características que se devem fazer os político de amanha.
Gonçalo Lopes de Andrade
Apesar do cargo que desempenhas na liderança da maior juventude politico-partidaria do país, com todas as iniciativas que põe em prática e que conta com assento parlamentar, consideras que, apesar dos jovens que estão filiados ou são simpatizantes de algum partido, a juventude em geral tem tido um efectivo desinteresse e decréscimo de iniciativa no que toca à política e à vida cívica em Portugal? Entendes que deva ser encarado um como um ponto de urgência na agenda política portuguesa a curto prazo?
Olá, Gonçalo. Entendo que sim. Mas não só no que toca aos jovens. A descrença e o afastamento é respeitante a todos os cidadãos e isso deve motivar a nossa preocupação. Julgo que temos que encontrar formar, sobretudo pela nossa atitude diferente, de provocar a participação. Eu acho até que os jovens querem muito discutir e decidir o nosso futuro colectivo. Acontece é que não acreditam nos políticos. Cabe-nos a nós, dia a dia, palavra a palavra, cativar a malta para a participação.
Frederico Barreiros Mota
Como é que podemos inverter a ideia generalizada que as J's são o "braço armado" dos partidos?
Olá, Fred. Tinha acabado de responder à tua pergunta e a net foi abaixo. Estou desolado. Mas cá vai again. Olha, tornando-as o braço armado das ideias. Deixando as posições sobre coisas menores e procurando entrar nas questões " à séria". Sendo responsáveis e menos de "fogachos". Trazendo para a dirigente da jota gente como tu. Meu Caro, isto não são balelas. Eu acredito mesmo na liderança pelo exemplo. Vai haver sempre injustiça de avaliação e mal-dizer gratuito. Mas se o caminho for este, então é bem mais difícil qualificarem as jotas como os tropinhas ;)
David Gonçalves Pereira
Hugo para ti, e como Presidente da JSD, quais são as diferenças de fundo entre esquerda e direita, uma vez que hoje em dia, na sociedade civil, se fala muito na formação de um futuro governo de bloco central?
Olá, David! Antes de mais, deixa-me dizer que não sou nada fã de um Bloco Central. Acho determinante que haja oposição vigilante e construtiva e sobretudo que haja alternativas nos partidos moderados. Coisa diferente é a necessidade de consensos em matérias estruturantes. Aí sim, julgo ser possível e imperioso que os dois maiores partidos se entendam em questões fundamentais como sejam a segurança social, o modelo de administração pública e até em algumas funções do Estado. Quanto às diferenças elas existem e devem ser vincadas. Mais do que a esquerda e a direita eu gosto de colocar as coisas entre a social-democracia e o socialismo. Nós somos mais humanistas e personalistas. Acreditamos na pessoa humana e na sua autodeterminação com um Estado Regulador e potenciador de oportunidades iguais. Somos e não deixaremos nunca de ser defensores da igualdade e da necessidade de um estado social que proteja aqueles que verdadeiramente precisam. A "esquerda" é muito mais conservadora na forma como encara as funções do Estado e o papel deste na condução dos destinos da pessoa. No fundo, se as diferenças se esbatem no plano ideológico não podem nunca deixar de ser distintas na aplicação das políticas. A bem da alternância e da democracia.
Daniela Duarte
Uma das bandeiras da JSD tem sido os comportamentos de risco nos jovens. Bem sei que ainda em 2012 a JSD desenvolveu, através da sua moção de estratégia global, diversas medidas de combate à obesidade e que foram apresentadas na Assembleia da República.



Assim sendo, que medidas de sensibilização a JSD pode/tem feito para promover e combater este problema que é sem dúvida a doença do século XXI?



Olá, Daniela! É verdade que o combate aos comportamentos de risco são uma das bandeiras da jota. De facto, em 2012, demos prioridade à obesidade e temos vindo a monotorizar a aplicação das medidas que aprovamos na AR. Este ano apostamos em legislar sobre as smartshops onde havia uma lacuna legislativa que permitia o acesso a substâncias psicotrópicas sem qualquer controlo.
Ana Carolina Sousa
Qual a qualidade mais importante que um bom líder deve ter?
Ola, Carol! Há vários tipos de liderança e, por isso, de líderes. Julgo que a liderança é inata, mas características como a capacidade de motivar, de mobilizar e a responsabilidade e capacidade de assumir decisões são normalmente afectas a um líder. No entanto, o líder é visto e assumido "de fora". São os outros que fazem de alguém líder. ;)
António José Diogo
Gostava de saber qual foi o maior desafio que enfrentaste na tua carreira política, e como o superaste?



Abraço, António
Olá, Benjamim ;) Olha, não te sei mesmo escolher um momento difícil. Há, de facto, momentos duros... Posso-te dizer que quando tu acreditas, com convicção, que aquilo que defendes é o melhor não deves desistir... Mas respondendo à tua pergunta: talvez perder eleições em Braga em 2009 (eleições autárquicas) quando tinha tido o maior dos empenhos terá provocado o maior desafio da minha carreira política. O desafio era o que fazer a seguir! Olha, decidi(mos) continuar e... ganhamos em 2013!
Alexandre Filipe dos Santos
Como líder da JSD e mais experiente do que os que pouco tempo da JSD fazem parte, como achas que em termos de política autárquica podemos defender e argumentar a política nacional sem por em causa a política local.
Olá, Alexandre. Sabes, eu sou daqueles que é muito difícil aos eleitores (cidadãos em geral) perceberem que um autarca do PSD critique o Governo (ou se tente afastar das posições do Governo) apenas porque acha que isso lhe dá votos localmente. Pelo contrário. As pessoas não são "tontas" e tendem a desconfiar mais de quem até dos "dele" diz mal. No entanto, se houver questões locais que são verdadeiramente fundamentais então aí acho que a defesa intransigente daqueles que nos conferiram o mandato deve ser sempre feita independentemente da "cor" política do Governo. Julgo, fundamentalmente, que se todos tivermos a coragem de remar para o mesmo lado é muito mais fácil.
Rita Almeida Neves
Boa tarde ! Não consigo deixar de fazer duas perguntas. Durante todo o teu percurso da JSD qual a tua maior vitória e derrota? E como deputado? Por fim, imaginando que terias de escolher um ministério para ser ministro num próximo governo, qual seria?
Olá Rita! Isso é que são perguntas difíceis. Olha, se calhar a maior derrota é maior vitória. Foi ter perdido duas vezes as eleições para a Câmara Municipal de Braga e ganhar à terceira vez. Só perde quem realmente não tem convicção! Adoro ser Deputado e ser Advogado. Amo o que faço. O próximo governo que vai ser liderado por Passos Coelho vai ter, certamente, ministros de grande qualidade ao pé dos quais eu sou muito pequenino. E olha que é difícil ;)
João Pedro Lopes
Numa altura em que as vontades dos mais jovens, onde os projectos reformistas por eles apresentados, são muitas vezes repreendidos e evitados (mesmo em estruturas «laranja»); como poderemos nós, alunos da UV, ser essa "luz nova" em concelhias conservadoras, com grande inércia e "repressivos" para novos projectos?
Olá João, A melhor forma de "virar" esse estado de coisas é por dentro e através dos mecanismos democráticos internos. É verdade que acontece muitas vezes que quem está instalado no poder tem resistência à mudança. É teu dever acossa-lo e provocar para novos desafios.
António José Diogo
Senhor Deputado Hugo Soares, gostaria que comentasse quais são para si as qualidades fundamentais de um líder?
Meu Caro António! Antes de mais trata-me por tu e espero que desfrutes desta UV. Um líder deve sobretudo liderar pelo exemplo. Saber motivar, mas principalmente ser determinado e capaz de acolher as opiniões dos outros. É na conjugação destas caraterísticas que eu acho que um líder se faz. Mas a verdade é que as características de liderança são inatas e há várias tipos de líderes, cada um com coisas boas e outras menos positivas.
Marco Correia
Caro Presidente, dado que a nossa geração cresceu em plena crise, consideras que estamos melhor preparados para os desafios futuros ?

Marco, não tenho dúvidas. Aprendemos à custa dos erros de outra geração o que a nossa não deve, nem pode!, fazer às próximas.
João Luis Ferreira
A meu ver, e do meu conhecimento, os debates entre Jotas de vários partidos não é usual. Gostaria de saber a sua opinião em relação a esta realidade e perceber se acharia produtivo mais debate e discussão de temas fulcrais da nossa sociedade, juntando-se assim um variado leque de doutrinas e ideologias partidarias demonstrando aí as suas convicções.
João, antes de mais queria pedir desculpa porque, de facto, apenas me faltava responder à tua pergunta! E juro que não é por seres do grupo encarnado ;) Quanto à pergunta, é verdade que esses debates são muitos raros. Julgo que tem que ver com o facto de as juventudes partidárias não terem a melhor imagem (ainda que de forma injusta). Por outro lado, os Media tendem a desvalorizar o papel dos jovens políticos organizados. É pena. Realmente uma maior visibilidade pública ao confronto de posições entre Jotas permitiam termos uma noção clara da forma capacitada como as juventudes partidárias dão o seu contributo à causa pública e permitia ainda colocar os jovens a discutir temas que são transversais à sociedade.
José Miguel Anjos
Uma das grandes bandeiras da JSD tem sido procurar realizar um processo de revisão constitucional. Além das alterações ao sistema político eleitoral, porque não alargar o processo de fiscalização preventiva ao governo, facilitando a elaboração do Orçamento de Estado?
Caro Zé. Não percebi bem a pergunta relativamente à fiscalização preventiva. A verdade é que o Orçamentos de Estado já podem ser fiscalizados preventivamente. Basta que o PR tenha dúvidas sobre a constitucionalidade de normas nele contidas!
António Afonso
Sendo tu jurista, licenciado pela melhor Faculdade de Direito do país e das melhores do mundo, consideras que se legisla bem em Portugal? Porque razão as leis se tornam tão rapidamente obsoletas, são sinais dos tempos?
António, excelente pergunta. Mas também excelente resposta. É verdade que a produção legislativa em Portugal nem sempre tem a qualidade desejável! Sobretudo, como tu próprio adiantaste por causa do excesso de diplomas que constantemente são aprovados. Por dar cá aquela palha faz-se uma lei. Temos que procurar contrariar essa realidade. Ainda assim aqui prestar o meu tributo à excelência dos funcionários e assessores da AR que nessa matéria fazem um grande e competente trabalho.
Ana Lourenço
O país atravessará uma guerra possivelmente de partidos na próxima legislatura. Como Presidente da JSD em final de mandato, o que aconselha ao próximo Presidente da JSD?
Antes de mais, Ana, trata-me por tu ;) Eu aconselho ao próximo líder da JSD que seja responsável na forma como vai apresentar as suas propostas. Os jovens estão fartos de políticos que prometem o impossível e não assumem compromissos. Acho que a Jota deve ser irreverente, mas sobretudo credível. Se mantivermos esse rumo estou certo que vamos ter a posição certa!
Alexandre Duarte Silva
Segundo a Doutora Leonor Beleza "o importante é avaliar judicialmente de forma rápida e eficaz o melhor para a criança". Hugo, como se poderá determinar previamente se aquela decisão é ou não é o melhor para a criança?
Alexandre, apenas pela análise casuística de cada situação. E mesmo assim...
Alexandre Duarte Silva
Deixo-te também agora uma pergunta que é sobre um assunto que me assusta como investigador da área das ciências da viva.



Como disse a Doutora Leonor Beleza, 5% do dinheiro da investigação na Europa é por concursos a projectos europeus sendo o restante financiado pelos próprios países, o que leva segundo Leonor Beleza a que apenas os melhores sejam financiados a nível Europeu.



Dentro do meio, e tendo acompanhado algumas atribuições desses projectos europeus, nota-se que existe sempre atribuição de dinheiro a grupos mediáticos, isto é, grupos com interesse geopolítico que não perfazem os critérios de atribuição. Podia enumerar casos desses mas apenas te pergunto como poderemos nós competir quando interesses geopolíticos se sobrepõem aos interesses da Ciência?
Alex, honestamente é um tema que não domino. Prefiro não dizer nada para não dizer asneira ;)
Alexandre Duarte Silva
Segundo a Doutora Leonor Beleza "o importante é avaliar judicialmente de forma rápida e eficaz o melhor para a criança". Hugo, como se poderá determinar previamente se aquela decisão é ou não é o melhor para a criança?